Avaliação Final IIa



É claro que perante a situação descrita no post abaixo, tive que me defender. Afinal é minha imagem que está em jogo. Aquilo que sai da boca de aluno, chega na boca de sabe-se lá mais quem. E eu prezo muito meu lugar profissional, um lugar que me consome, um lugar que muitas vezes me agride sem motivos, mas um lugar que, por enquanto, me sujeito. Se é minha opção estar neste lugar, ocupar esta cadeira, também opto por fazer a minha parte dignamente.

Isso significa dizer que eu optei fazer a diferença. Optei, inclusive, em montar um blog para escrever minha indignação sobre o sistema. E tento fazer isso de uma maneira ética e o mais justa possível. É claro que, aqui, eu vou defender minha honra, minha ética. É claro que vou fazer de tudo para que minha imagem continue sólida. Tem professor que tem blog na internet e que se refere à instituição na qual trabalha de "pocilga". Tem também aquele tipo que chega na sala dos professores e ri dos alunos. São uns piadistas, e levam muitos outros na onda. Daí, pra se opor a eles, tem a turma do "é assim mesmo", "você não pode fazer nada", "é o sistema". O melhor remédio é rir? Mas, o que me irrita mesmo é quando aquelas pérolas que os alunos escrevem nas provas viram piada em vez de se tornarem notícia. Tem programa de auditório que adora esse tipo de coisa. E todos riem: o apresentador carismático, a platéia com seus estudantes dignos, os profissionais formados e os não formados, os telespectadores. Todos rindo. Acham graça. Eu me entristeço porque eles fazem chacota de si mesmos, e gostam. Penso que eles acreditam, de fato, que "é assim mesmo", o sistema.

Hoje eu posso afirmar, categoricamente, que estou no lugar de aprender. Que este momento, que me entristece, que me continua fazer chorar, está me fazendo repensar algumas coisas e está me fazendo amadurer, olhar a vida de um outro prumo e continuar batendo os pés, se eu escolher fazê-lo. Obviamente eu estou descobrindo, a contra-gosto, que aluno é aluno e professor é professor. Eu não concordo, prefiro estabelecer outro tipo de relação, mais humana, mas adulta, mais madura. Queria poder levar os alunos no bar, sentar e dicutir a matéria (e não beber até cair, falando só bobagem, matéria mesmo), contar umas piadas vez ou outra, falar de sexo, porque ninguém precisa ser o tempo todo rígido. Mas aí eu seria uma professora no olho da rua, certamente.