O fim - pois a história se repete!

Quando eu montei este blog eu estava inconformada com o que eu vivia na universidade. Tanto a aluna quanto a professora. Quase dois anos depois, a história se repete. Ou melhor, as histórias se repetem. E estão ficando sem graça, batidas, repetitivas. A crítica é sempre contra um sistema mercadológico das instituições particulares, que só querem o dinheiro do aluno, e contra o sistema endogâmico, destinado aos pequenos favores (que custam uma vida!) da universidade pública. São gandes negociatas, todas destinadas ao fracasso no ensino porque não valorizam o sujeito, mas o dinheiro (no caso das particulares) e a vaidade (no caso das universidades públicas). Os professores e os alunos são os mesmos. Ou melhor, perdem em qualidade ano após ano, da mesma maneira. Se acostumam ao sistema, e fazem isso porque não se tem como escapar. A faca é afiada.

Hoje eu estou desativando este blog, por tempo inderteminado. Mas como eu sei que este negócio de pedir um tempo é ilusão, mais provável que este seja o ponto final (só porque eu quero que outras janelas se abram). Não, eu não pretendo desistir de fazer a diferença, de questionar a universidade e de tentar melhorá-la, nem que seja para o bem dos meus filhos (se eu não os tiver, para o bem dos meus sobrinhos, para este monte de criança que ainda nem nasceu e que um dia vai chegar lá para que eu possa aplaudí-las).

Eu coloquei a boca no trombone. Eu denunciei o que me incomodava (e que ainda me incomoda, por isso manterei este blog on-line, para deixar registrada minha indignação com o sistema). Denunciei e vivenciei as diferenças. Sim, algumas coisas mudaram, e mudaram para melhor. Amém!

É sabendo disso, sabendo que qualquer um pode fazer a diferença, mudar o mundo ao seu redor, que mantenho viva minha palavra escrita, minha voz. Tenho certeza de que novos textos surgirão a partir de minhas mãos, pois também tenho certeza que o registro escrito é a minha melhor arma. E a gente luta como pode. Para estes novos textos, também tenho certeza, haverá novos espaços. E novos leitores, que se juntarão aos leitores de sempre. Assim eu irei me constituindo, escrita dia após dia. Sempre!

Enquanto este novo espaço não surge, porque os novos textos hão de requerer novas estruturas lingüísticas e, também, novas ferramentas editoriais, deixo aqui meu desejo de manter o diálogo produzido por este blog vivo.

À minha amiga Soll, que conheci por ocasião do intercâmbio cultural dos blogueiros (nao lembro quem entrou no blog de quem primeiro), deixo aqui registrada minha satisfação de tê-la ao meu lado nestes últimos tempos, e que, de verdade, nosso encontro filosófico, educacional, cultural e científico, regado à cerveja, na Vila Madalena, foi uma benção. Soll, você é insubstituível. E sendo você insubstituível, deixo registrada a vontade que tenho de que você assuma este blog daqui pra frente, caso desejar.
Aos meus alunos e aos meus visitantes constantes, fieis a este espaço, peço que não se desesperem, pois ainda estaremos juntos, em novos lugares, com novos discursos, com outras palavras, mas sempre seguindo em frente. Sem vocês não haveria razões de eu ter mantido este espaço por quase dois anos. Então, um abraço de coração.

Àqueles que aqui aparecerem pela primeira vez, e este post já tiver sido publicado, deixo meu desejo de que algo que aqui foi postado, faça alguma diferença, mesmo que já tenha sido escrito àlgum tempo atrás. A estes novos leitores, também registro o desejo que entrem em contado, enquanto eu estiver indo em busca de novos espaços.

Meus eternos agradecimentos,
Fernanda