Pedragogia Universitária

Nesta semana os professores estão de volta às universidades. Oa alunos ainda não. Alunos só para depois do carnaval. Antes, as famosas reuniões pedagógicas, ou como diz minha prima, pedragógicas. Na pauta temas importantíssimos: "o que nós vamos fazer com alunos que atendem celular em sala de aula?" Uma voz ao fundo responde na certeza de seu cargo de coordenação: "registraremos falta para o aluno". Que bonito isso. Ele fala alô e o sistema gera uma falta. Entende-se por sistema o mané do professor que vai parar sua aula para registrar a tal da falta. E se for só mensagem de texto? Meia-falta? Celular no vibracall também conta? Ó meu santinho, perdoe os coordenadores, eles não sabem o que dizem.

E se o aluno atender o celular duas vezes? Vai ficar devendo um curso todo no fim do semestre? Cinco vezes é imperdoável. E para tal repetição: jubilo. Hein? Arregala a coordenação, não podemos perder nossos alunos. Ou melhor, o dinheiro deles, porque aluno é tudo igual e tanto faz. Ok. Ok. Para saldar o problema, os professores - trinta minutos depois - suplicaram em coro: não dá só para colocar um cartazinho dizendo que é proibido uso de celular nas salas de aula?

Mas o estresse chega mesmo com a anarquia da distribuição das aulas durante a semana. E é unânime: aulas na segunda de manhã e sexta à noite é a morte. Ideal para professor é entrar na sala de aula na terça à noite e parar na quinta de manhã. Duas férias por ano. É, assim tá bom. Outra condição que não esta é coisa para novatos, ou para subordinados. Eu posso, então dane-se você. Ulalá! Desta feita, a tortura de início de ano já vem dar na cara logo no primeiro dia daqueles que dividem disciplinas. Porque eu já fiz minha agenda e pronto. Mas e eu? Ora, dane-se você. E por aí vai. Vai é dar nos nervos. Por que você não me consultou? Porque eu sou o coordenador e eu decido. Voilá, perdoe os coordenadores, eles não sabem o que dizem.