2º dia - o naufrágio



É, a chuva do primeiro dia continuou até a manhã do meu segundo dia na instituição. Tempestade mesmo. Claro, saí super cedo de casa, não tinha alagamento nem nada. Cheguei na faculdade parecendo um zumbi, quase 50 minutos antes do inicio das aulas. Eu, que odeio acordar cedo, um zumbi num campus deserto. Meia hora depois fui até a sala dos professores, ninguém. Acendi a luz e por lá fiquei. Dez minutos depois encontrei com o coordenador, que também é o responsável pela disciplina que lecionaremos. Às 7:30, inicio da aula ele me disse: "espere a outra professora chegar e vocês juntam os alunos que estiverem por aí e falam alguma coisa". Cumpro ordens. Oito horas e a professora não apareceu. Uns alunos foram me procurar, queriam pintar os bichos. Conversamos um pouco. Oito e meia e nada. Os alunos voltam dizendo que um professor resolveu dar aula pro primeiro ano. Conversamos mais um pouco, como se eu estivesse apenas fazendo sala. Nove horas e nada. O professor do primeiro ano libera os alunos. Nove e meia decido ir até o Recursos Humanos. Na volta, quase dez horas vejo a professora estacionando o carro. Ela me pergunta: "tinha aluno aí?". Dez e pouco vamos todos ao Centro de Convivência tomar um café. Quase uma hora depois estou voltando pra casa me sentindo uma inútil ou como se eu não precisasse acordar tão cedo para um dia como esses. Naufrago em meus próprios pensamentos, aqueles, os éticos.